O que é feito de... Fabien Barthez

Ao dia de hoje, Hugo Lloris assumiu-se como guarda-redes titular absoluto da Seleção de França, mas antes dele só um nome era quase consensual entre os adeptos da seleção gaulesa: Fabien Barthez.
Guarda-redes de reflexos apurados, saída de entre os postes de meter respeito aos adversários, carisma quanto baste e uma excelente capacidade para manter as redes da sua seleção e dos seus clubes quase sempre invioláveis. Ao contrários de outros grandes nomes (Schmeichel, Buffon, Kahn, Cañizares, Casillas ou Valdés, por exemplo), Barthez não teve o reconhecimento devido, mas nem por isso deixou de ser um guarda-redes de topo mundial. Para quem passou por Olympique de Marselha, AS Mónaco e Manchester United não se pode dizer que tenha tido uma má carreira.

INÍCIO PROMISSOR NO TOULOUSE
Nascido no dia 28 de Junho de 1971, em Lavelanet, na região de Ariège, em França, Fabien Alain Barthez começou a sua carreira no histórico Toulouse, quando integrou as camadas jovens do emblema francês em 1988-1989 e 1989-1990. Contudo, seria chamado pelo técnico Victor Zvunka para integrar a equipa principal do Toulouse (numa equipa onde jogava o argentino Beto Acosta que viria muitos anos mais tarde a jogar em Portugal pelo Sporting) em 1991-1992 com apenas 20 anos de idade. E fez a sua estreia pelo Toulouse diante do AS Nancy no dia 21 de Setembro de 1991 - num jogo onde Zitelli marcou para o Nancy e Alberto Márcico para o Toulouse.

Nessa época de 1991-1992, e depois da sua estreia frente ao AS Nancy, Fabien Barthez acabaria a época no Toulouse com 26 jogos disputados pelo emblema do Stadium de Toulouse e despertaria o interesse um clube histórico do futebol francês como o Olympique de Marselha.

MUDANÇA PARA MARSELHA
Nessa Verão de 1992, Fabien Barthez muda-se de malas feitas para o Olympique de Marselha, na altura uma das melhores equipas francesas, depois de ter dado nas vistas na baliza do Toulouse na época anterior. No Vélodrome, Barthez ganhou muito espaço na equipa marselhesa e em pouco tempo já era titular da equipa, onde brilhavam nomes como os de Abedi Pelé, Didier Deschamps, Alen Boksic, Rudi Völler ou Marcel Desailly, por exemplo.

Em três épocas no Olympique de Marselha, Barthez realizou 126 jogos oficiais, tendo ganhou 1 UEFA Champions League, onde foi o guarda-redes mais jovem a vencer a competição na altura com 22 anos (em 2000, Casillas bateria o seu recorde com o Real Madrid) e uma Ligue 2 (depois de ter sido provado que o Marselha havia manipulado resultados foi despromovido à Ligue 2).

FIGURA NO STADE LOUIS II
No início da época de 1995-1996, o Olympique de Marselha estava de regresso à Ligue 1, mas precisava de dinheiro como de pão para a boca. Nesse sentido, o AS Mónaco surgiu como interessado em garantir os préstimos de Fabien Barthez. No clube monegasco, Barthez acabou por privar com grandes nomes como os de Lilian Thuram, Claude Puel, Emmanuel Petit, David Trezeguet, Sonny Anderson ou Thierry Henry e tendo tido como treinador, na sua primeira época, o antigo internacional francês Jean Tigana.

Barthez permaneceu cinco épocas no Mónaco, onde se tornou uma figura determinante no emblema do Principado e onde venceu duas Ligue 1: em 1996-1997 e 1999-2000. Nessas cinco épocas seguidas no Mónaco, o guardião francês participou em 206 jogos, marcando uma era na baliza monegasca.

EM MANCHESTER PELA MÃO DE SIR ALEX FERGUSON
Depois das boas prestações pelo AS Mónaco durante as várias épocas e pela Seleção de França no Campeonato do Mundo de 1998 e no Campeonato da Europa de 2000, Fabien Barthez ruma até Inglaterra para passar a representar o Manchester United, na altura treinado por Sir Alex Ferguson, que havia oferecido uma proposta de 7,8 milhões de euros pelo guardião gaulês.

Fabien Barthez permaneceu quatro épocas e meia em Old Trafford disputando 139 jogos oficiais pelos Red Devils, sendo que em 2001-2002 o guardião francês viveu um autêntico pesadelo em Old Trafford, pois ele cometia erros frequentemente e sofria muitos, mas Alex Ferguson manteve a fé no francês e em 2002-2003 o ex-Marselha reencontrou-se com as suas melhores exibições. Na sua passagem pelo Manchester United, Barthez ajudou o cube a vencer 1 FA Cup, 2 Premier League e 1 FA Community Shield.

REGRESSO AO VÉLODROME E FIM DE CARREIRA EM NANTES
No início da época de 2003-2004, Fabien Barthez tinha contrato com o Manchester United e não queria permanecer na equipa inglesa. Então os dirigentes dos Red Devils e o internacional francês chegaram a um acordo: ele poderia ser emprestado ao Marselha até terminar o seu contrato. Contudo, a FIFA proibiu a sua transferência pois a janela de Verão já tinha fechado e Barthez ficou como suplente do Manchester United até Janeiro.

A meio dessa época de 2003-2004, após o mercado reabrir em Janeiro, Barthez rumou até ao Olympique de Marselha, clube onde havia sido feliz depois de sair do Toulouse, e assumiu-se como titular absoluto numa equipa marselhesa que contava com enormes craques, como, por exemplo, Van Buyten, Mathieu Flamini, Didier Drogba, Mido e o português Delfim e que era treinada por Alain Perrin e depois por José Anigo. Assinou um contrato dois anos e ficou até à época de 2005-2006. Em três épocas no seu regresso ao Vélodrome, Barthez participou em 99 jogos oficiais.

Corria época de 2006-2007 e Fabien Barthez, depois de ter saído do Olympique de Marselha, assina pelo FC Nantes no dia 17 de Dezembro de 2006, numa altura em que o clube francês necessitava com urgência de um guarda-redes, porque Mickaël Landreau tinha assinado pelo Paris Saint-Germain e Vladimir Stojkovic (que viria a ser jogador do Sporting na época seguinte) não dava boas indicações na baliza dos canários. Participou apenas em 19 jogos pelo Nantes, porque o presidente do clube, Rudi Roussillon, afirmou que Barthez não era mais jogador do Nantes após ter discutido com os adeptos e chegando mesmo a trocar murros com eles. No dia seguinte, Barthez confirmou a saída do clube e no final de 2006-2007 o guardião francês deu por terminada a sua carreira de futebolista, depois de ainda ter recusado uma proposta dos mexicanos do Necaxa.

PILAR DEFENSIVO NA SELEÇÃO FRANCESA
Ao serviço da Seleção de França, Fabien Barthez mostrou ser um pilar defensiva da equipa gaulesa, registando 87 internacionalizações e tendo marcado presença em grandes provas de seleções: Campeonato do Mundo 1998 (França), 2002 (Coreia do Sul/Japão) e de 2006 (Alemanha); Campeonato da Europa de 1996 (Inglaterra), 2000 (Bélgica/Holanda) e de 2004 (Portugal); Taça das Confederações de 2003.

Atualmente, com 51 anos de idade, Fabien Barthez é piloto de Gran Turismo, tendo registado três participações automobilísticas, duas na Le Mans Prototype 2 (LMp2) e duas no Grand Touring Endurance Am (GTE Am), sendo a melhor classificação que atingiu um 9º lugar na classe e um 12º na classificação geral.

Já dentro do futebol, Barthez foi treinador-adjunto do Luzenac AP durante quatro épocas (2011-2012, 2012-2013, 2013-2014, 2014-2015) e foi Coordenador de Formação de Guarda-Redes no Toulouse nas duas últimas épocas (2020-2021, 2021-2022).

A FICHA

Nome: Fabien Alain Barthez
Idade: 51 anos
Data de Nascimento: 28/06/1971
Local de Nascimento: Lavelanet, França
Altura: 1,80m
Peso: 75 kg
Posição: Guarda-Redes
Internacionalizações: 87 jogos

TRAJETÓRIA

1988-1992: Toulouse
1992-1995: Olympique de Marselha
1995-2000: AS Mónaco
2000-2004: Manchester United
2004-2006: Olympique de Marselha
2006-2007: FC Nantes

PALMARÉS

1 Ligue 1
2 Ligue 2
1 Trophée des Champions
2 Premier League
1 FA Cup
1 FA Community Shield
1 UEFA Champions League
1 Taça Intertoto
1 Campeonato da Europa
1 Campeonato do Mundo
1 Taça das Confederações
1 Kirin Cup

EM AÇÃO

Comentários

  1. O Fabien Barthez venceu 4 edições das 24 de Le Mans?!?
    Participou 3 vezes, duas na LMp2 e uma nos GTE Am e o melhor que conseguiu foi um 9º lugar na classe e 12º na geral

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    1. Caro Jose Carlos Silva,

      Obrigado pela retificação. O artigo já está devidamente retificado.

      Forte abraço

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