Teófilo "El Nené" Cubillas: o craque peruano que rivalizou com Eusébio e Yazalde

Lendas Mundiais é uma nova rubrica do blog Passe a Rasgar, onde serão recordados jogadores que marcaram uma grande era no futebol mundial.

O futebol peruano, na sua generalidade, tem poucos craques que tenham feito tanta diferença a nível mundial. Mas os adeptos peruanos recordam com grande saudade apenas um nome: Teófilo Cubillas. À boleia da qualidade inevitável de El Nené, a Selecção do Peru qualificou-se três vezes seguidas para Campeonatos do Mundo - 1970, 1978 e 1982. E nesse grande período dourado da história do futebol peruano, a selecção blanquirroja qualificou-se por duas vezes para os quartos-de-final de um Mundial e com Teófilo Cubillas a apontar 10 golos. 

Figura incontornável do futebol peruano, Teófilo Cubillas começou a sua carreira no principal clube do seu país, o Alianza Lima, aos 16 anos de idade e desde muito cedo mostrou ser uma grande referência do clube da capital do Peru, tendo sido o melhor marcador do campeonato entre 1966 e 1970. Contudo, depois das boas prestações no Campeonato do Mundo de 1970, no México (onde marcou golos em todos os jogos), Cubillas foi considerado com um dos melhores jogadores da prova e o próprio Pelé terá afirmado que El Nené seria o seu perfeito sucessor. Ainda assim, dois anos depois, Cubillas recebeu o prémio de Melhor Jogador da América do Sul e foi também o artilheiro da Copa Libertadores.

Após dar nas vistas no Alianza Lima e na selecção peruana, Teófilo Cubillas acaba por "dar o salto" para a Europa em Julho de 1973, ingressando no FC Basel, da Suíça (16 jogos e 7 golos). Ainda assim, os 16 jogos realizados pelo conjunto helvético foram suficientes para convencer o FC Porto a avançar para a sua contratação por um valor, na altura, de 5600 contos e com um salário fixado em 125 contos. Durante as três épocas em que esteve nos "dragões", Cubillas fez exibições de alto gabarito e apontou imensos golos que fizeram de si um ídolo para os adeptos azuis e brancos, rivalizando com Eusébio, grande figura do Benfica, e com Héctor Yazalde, o grande goleador do Sporting, naquela altura em Portugal. No ano de 1977, o craque sul-americano deixa o FC Porto e as Antas e regressa ao "seu" Alianza Lima, tendo ainda passado por vários clubes norte-americanos (Fort Lauderdale Strikers, South Florida Sun e Miami Freedom).


Pela sua selecção, Cubillas tornou-se quase um Herói Nacional, visto que em 1975 foi uma peça importante na selecção peruana ao apontar o golo decisivo que eliminou o Brasil nas meias-finais da competição sul-americana. Mas na finalíssima em Caracas, na Venezuela, Cubillas não apontou nenhum golo e ainda falhou uma grande penalidade, mas viu a Selecção do Peru erguer a taça diante da Colômbia, depois de uma vitória por 1-3. 
Já no que diz respeito aos Mundiais, além do de 1970, El Nené participou no Mundial de 1978 e volta a levar a selecção peruana ao colo até aos quartos-de-final para caírem num grupo final perante a selecção anfitriã, a Argentina. Contudo, quatro anos depois, em Espanha, Cubillas volta a marcar presença pelo Peru num Mundial. Num grupo com Itália, Camarões e Polónia, o Peru tinha tudo, na teoria, para passar, mas dois empates e um derrota pesada (de 5-1 com a Polónia) deitaram tudo a perder para o conjunto andino. Depois desse fracasso, Teófilo Cubillas abandonou a selecção peruana e o Peru nunca mais se qualificou para um Mundial ("maldição" quebrada com a presença no Mundial de 2018).

Acabou a carreira em 1989, em solo norte-americano, e o futebol peruano nunca mais teve um jogador com a qualidade e genialidade de Teófilo Cubillas. O craque sul-americano foi o último grande génio do futebol peruano. Tornou-se uma lenda não só na Selecção do Peru (81 internacionalizações e 26 golos marcados que o tornam no 9º jogador mais internacional pelo Peru), como também do "seu" Alianza Lima (252 jogos pelos blaquiazules e 165 golos marcados). 

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