Dream Team: O AC Milan 'holandês'

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Dream Team é uma rúbrica do blog Passe a Rasgar, onde serão recordadas as grandes equipas que fizeram história no desporto-rei, seja ao nível dos clubes ou ao nível das seleções. 

A equipa rossonera, sob o comando técnico de Arrigo Sacchi, entre 1988 e 1990, conseguiu proezas que até hoje mais nenhuma equipa alcançou. 

O AC Milan é um dos clubes mais antigos da história do futebol. Fundado em 1899, rapidamente começou a conquistar um lugar de destaque no futebol italiano e internacional, mas foi no final da década de 80 e início de 90 que alcançou o topo. Em 1980/1981, devido a um escândalo de manipulação de resultados, o AC Milan desceu à Serie B para subir na mesma época. De volta ao principal escalão italiano, os rossoneri estavam longe dos tempos áureos que viveram outrora. Era, então, necessário colocar o clube de volta à glória e foi assim que Silvio Berlusconi elaborou um plano que tinha um nome e apelido: Arrigo Sacchi, antigo treinador do Parma. Com Sacchi chegou um trio de holandeses, Frank Rijkaard, Ruud Gullit e Marco van Basten, e em 1987/1988, nove anos depois da última conquista, os adeptos do AC Milan voltaram a ter motivos para sair à rua com a conquista da Serie A. Para trás ficou o Nápoles de Maradona e uma campanha extraordinária no campeonato com apenas duas derrotas. Com a vitória no campeonato, o Milan teve direito a participar na Supertaça de Itália de 1988 frente à Sampdoria. 3-1 foi o resultado final com os golos a serem apontados por Rijkaard, Van Basten e Mannari.

PELA EUROPA FORA
Final contra o Steaua em 1989
Depois do título nacional, o próximo objectivo era a Taça dos Campeões Europeus e a caminha iniciou-se na época seguinte em 1988/1989. Na 1ª ronda, o AC Milan bateu sem grandes dificuldades o Levski de Sófia (7-2 nas duas mãos). Seguiu-se o Estrela Vermelha, que caiu na decisão das grandes penalidades, e já nos quartos-de-final a equipa orientada por Arrigo Sacchi eliminou o Werder Bremen. As meias-finais colocaram frente-a-frente as duas melhores equipas do momento. Real Madrid e AC Milan. Ainda assim, os italianos foram 'esmagadores' e eliminaram os madrilenos por um total de 6-1. No dia 14 de Maio de 1989, o AC Milan deslocou-se até Camp Nou para disputar a final da Taça dos Campeões Europeus frente ao Steaua de Bucareste. Arrigo e os seus discípulos conquistaram a terceira Taça dos Campeões Europeus para o clube milanês. Os holandeses Gullit e Van Basten 'engoliram' os romenos ao apontarem cada um, dois golos, na vitória por 4-0. 
Seguiu-se a Supertaça Europeia contra o Barcelona. Uma competição jogada a duas mãos, e onde o resultado sorriu à equipa do AC Milan. Vitória por 2-1, com golos de Van Basten e Evani. Já em terras orientais, mais concretamente no Japão, o AC Milan conquistou a Taça Intercontinental ao vencer o Atlético Nacional do famoso por René Higuita por 1-0. Os italianos só conseguiram desmantelar a defesa colombiana ao minuto 119, com Evani a fazer o único golo da partida.

CHAMPIONS A DOBRAR 
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Final contra o Benfica em 1990
A concorrência interna era mais do que muita, com Inter de Milão e Nápoles a vencerem o título italiano em 1989 e 1990, respectivamente. Arrigo Sacchi concentrou as suas forças na Taça dos Campeões Europeus e no fim acabou por ser recompensado. 
O Helsinki acabou por ser eliminado na primeira ronda por um total de 5-0. Na segunda ronda deu-se novo embate entre Real Madrid e AC Milan, com os espanhóis a serem novamente vítimas da qualidade italiana. 2-1 para o Real no Santiago Bernabéu e 1-0 para o Milan em casa. Seguiu-se o Mechelen da Bélgica (2-0) e nas meias-finais a 'vítima' foi o Bayern de Munique, com os italianos a alcançarem a final devido à regra dos golos marcados fora. Na final de Viena, o AC Milan encontrou o Sport Lisboa e Benfica, naquela que é a última final europeia do clube 'encarnado' na maior prova europeia de clubes. Num jogo extremamente bem disputado foi o AC Milan que conseguiu levantar o caneco no final. Frank Rijkaard foi o carrasco do Benfica ao apontar o único golo da partida aos 68 minutos e o Milan conquistava assim a Taça dos Campeões Europeus pelo segundo ano consecutivo. Nesse mesmo ano, o AC Milan  despachou a Sampdoria na Supertaça Europeia por 3-1 nas duas mãos, mas as conquistas não se ficaram por aqui. Em Dezembro de 1990 foi a vez do Olimpia sofrer na pele a avalanche ofensiva dos italianos. 3-0 foi o resultado final na Taça Intercontinental. Dois golos de Rijkaard e um de Stroppa. Com a saída de Arrigo Sacchi e dos holandeses, o clube italiano desmoronou, mas para a história ficam as suas conquistas e o nome de Arrigo Sacchi como uma escola de pensamento futebolístico. Tudo o que veio a seguir pelos seus alunos foi reinventado. 

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